"A mais alta das torres começa no solo". – Provérbio chinês. Quando uma ideia é convincente, o seu percurso é difícil de ser mudado, ou mesmo, de ser parado. Por exemplo, na década de 1980, a população de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, se organizou para solicitar ao Governo do Estado a criação de uma universidade pública nessa cidade. Até conseguiram que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) inclui-se um artigo sobre essa universidade dos sonhos na Constituição Estadual, que estava sendo discutida nesse recinto naquela época.
Sempre atento às boas idéias e aos bons ideais, o Prof. Darcy Ribeiro, então vice-governador do Estado do Rio de Janeiro, se uniu à iniciativa da população campista, e, através da sua proximidade com o governador Leonel Brizola, a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) passou de ser uma reivindicação para se tornar numa bela realidade. O Prof. Darcy imprimiu suas próprias idéias nessa universidade, com base na experiência adquirida na fundação de várias universidades no Brasil e em diversos países. Principalmente, a exigência de todos os professores possuírem o título de doutor era uma das que chamava mais a atenção, pois nenhuma universidade brasileira havia ousado implantar isso anteriormente. Dessa forma, juntando o clamor dos campistas e a energia do Prof. Darcy, surgiu como fruto essa universidade que, hoje em dia, está prestes a completar 20 anos de existência.
Nesse período, a UENF formou numerosos quadros da região e dos estados vizinhos, com mais 1.500 teses e dissertações defendidas. Campos nunca mais foi a mesma cidade após da chegada da UENF, tudo mudou, desde sua infraestrutura até o relacionamento entre os mais diversos grupos sociais da região.
Por todas essas razões, a UENF leva hoje, com muito orgulho, o nome de “Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro” e o campus central é chamado de “Campus Leonel Brizola”.
“O pessimista reclama do vento, o otimista espera que ele mude, o realista ajusta as velas". – Provérbio chinês. Outra das ideias inovadoras do Prof. Darcy foi dividir a universidade não na forma tradicional de departamentos e sim na forma de temas: materiais, biotecnologia, petróleo, etc., ao redor dos quais se reunia um corpo docente multidisciplinar. Para cada área que pensava desenvolver na UENF, convidou grandes nomes, entre eles o Prof. Carlos Dias, para chefiar o departamento de petróleo. Esse departamento estaria inserido dentro de um dos quatro centros da universidade, o Centro de Ciência e Tecnologia, sendo o único departamento fora do campus central, estabelecido na cidade de Macaé e batizado com o nome de Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP).
A proposta era misturar as geociências com a engenharia de petróleo, tal como a indústria do petróleo vinha fazendo desde os anos de 1950 e algumas universidades como Austin (Texas) e Delft (Holanda) já estavam fazendo, sendo a UENF a primeira universidade em estabelecer essa modalidade no Brasil.
"Se houver um general forte, não haverá soldados fracos". Provérbio chinês. Após o falecimento do Prof. Darcy e a aposentadoria da maior parte dos cientistas de expressão convidados para iniciar a UENF, o seu corpo docente, ao redor de 300 professores / pesquisadores, tem levado à frente a proposta inicial da UENF, conseguindo que a instituição se destaque no cenário nacional, ganhando, inclusive, numerosos prêmios e estendendo à sua área de atuação à todo o território do Estado do Rio de Janeiro, através do ensino à distância. Há aproximadamente 10 anos, a UENF é considerada pelo Ministério de Educação (MEC), com base à produção científica dos seus professores, quantidade de alunos formados, etc., como uma das quinze melhores universidades do país. No ano 2012, inclusive, o MEC classificou a UENF como a 11ª universidade no país e a primeira no Estado. É o que aponta o Índice Geral de Cursos (IGC) de 2011, no qual são avaliadas 226 universidades com base do desempenho das instituições de ensino superior do país. A UENF manteve o IGC 4, com um total de 3,92 pontos, que é a melhor posição da UENF desde que o IGC foi criado. A UENF também é a melhor universidade fluminense pelo resultado do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), que avalia os cursos de graduação. Nesse ranking, a UENF ocupa a 6ª colocação entre todas as universidades do país, sendo que dois dos seus cursos obtiveram a nota máxima no Enade (5,0): Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo e Ciências Sociais.
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