domingo, 13 de dezembro de 2009

O PETRÓLEO ESTÁ ACABANDO?


Em 1980, uma das noticias mais divulgadas nos jornais da época era que as reservas de petróleo se estavam esgotando, não havendo a possibilidade da existência do ouro negro além de 20 anos. Passaram-se 30 anos a partir dessa data, e, pelas noticias que a mídia divulga nos dias de hoje, há petróleo para mais 20, 30 ou 40 anos, até 2050. Então, as previsões de 1980 erraram em 50 anos! É possível acreditar desta vez? Diriamos que, pelos conhecimentos existentes hoje, o petróleo acabará quando a sua exploração se torne muito cara e quando apareçam outras fontes de energia mais baratas, mais eficientes e ecologicamente mais limpas. Por enquanto, há ainda muitos reservtórios por descobrir.

Pensando em anos mais recentes, 15 anos atrás, a exploração de petróleo acontecia no Brasil principalmente em reservatórios turbidíticos. Todo mundo falava, estudava e respirava turbiditos. O que são os turbiditos? Os turbiditos são depósitos sedimentares orginados por correntes de turbidez submarinas, sobretudo em ambientes tectônicos de margem ativa. Os depósitos são constituidos por sucessões de estratos sedimentares arenosos e argilosos bastante espessos, formados num curto período de tempo geológico. Estão ligados ao alçamento de cadeias orogênicas, com exposição do embasamento cristalino, denudação intensa através de pequenos rios que conduzem grande quantidade de sedimentos com deposição em ambiente confinado, contexto de águas profundas, formando estruturas sedimentares típicas. As sequências turbidíticas são muito procuradas pelos geólogos de petróleo por constituírem bons reservatórios para hidrocarbonetos. Existem em várias no mundo e no Brasil, principalmente na Bacia de Campos. Duas figuras explicarão melhor meu pensamento, as quais mostro a seguir (clique nas figuras para aumentar).



Na primeira das figuras, obervamos a distribuição dos continentes do cretáceo, 130 milhões de anos atrás. As partes que aparecem com cor azul-claro, mostram as palataformas continentais da época, ou seja, as grandes possibilidades de ter condições para a existência de correntes turbidíticas. Na outra figura, o mapa geológico do mundo mostra, de novo em cores azul-claro que esse processo se mantém. Ou seja, com um planeta tendo 67% da sua superfície recoberta por mares, contando que essa quantia se manteve nessa ordem de magnitude por milhões de anos, a probabilidade de existirem reservatórios turbidíticos com óleo em diversas áreas inexploradas é alta!

Quando mudamos o tema de reservatórios turbiditicos para carbonáticos, a nossa premisa de que ainda há muito petróleo no mundo, fica mais fortalecida. Por exemplo, no mar do Brasil foram feitas as maiores descobertas dos últimos 50 anos, em reservatórios carbonáticos do pré-sal. Mas. O que é o pré-sal? Vejamos. O Pré-Sal é um conjunto de reservatórios mais antigos que a camada de sal principalmente halita e anidrita. Esses reservatórios podem ser encontrados do Nordeste ao Sul do Brasil e de uma forma similar no Golfo do México e na costa Oeste africana. A área que tem recebido destaque é o trecho que se estende do Norte da Bacia de Campos ao Sul da Bacia de Santos desde o Alto Vitória até o Alto de Florianópolis respectivamente. A espessura da camada de sal na porção centro-sul da Bacia de Santos chega a 2.000 metros, enquanto na porção norte da Bacia de Campos está em torno de 200 metros. Este sal foi depositado durante a abertura do oceano Atlântico, após a quebra do Gondwana (antigo supercontinente formado pelas Américas e África) durante a fase de mar raso e de clima semi-árido/árido. Nas camadas rochas da camada pré-sal existentes no mundo, a primeira descoberta de reserva petrolífera ocorreu no litoral brasileiro, que passaram a ser conhecidas simplesmente como "petróleo do pré-sal" ou "pré-sal". Estas também são as maiores reservas conhecidas em zonas da faixa pré-sal até o momento identificadas. Depois do anúncio da descoberta de reservas na escala de dezenas de bilhões de barris, em todo o mundo começaram processos de exploração em busca de petróleo abaixo das rochas de sal nas camadas profundas do subsolo marinho. Atualmente as principais áreas de exploração petrolífera com reservas potenciais ou prováveis já identificadas na faixa pré-sal estão no litoral do Atlântico Sul. Na porção sul-americana está a grande reserva do pré-sal no litoral do Brasil, enquanto, no lado africano, existem áreas pré-sal em processo de exploraçãoe mapeamento de reservas possíveis no Congo e no Gabão. Além do Atlântico Sul, também existem camadas de rochas pré-sal sendo mapeadas à procura de petróleo no Golfo do México e no Mar Cáspio e na zona marítima pertencente ao Cazaquistão. De novo, para reforçar nossa premisa da existência de muitos reservatórios de petróleo inexplorados no mundo, mostramos uma figura (clique nas figuras para aumentar).



Percebemos, nessa figura, que os maiores reservatórios de óleo no mundo são carbonáticos, senão vejamos na Arabia Saudita, maior produtora e dona das maiores reservas. Más, além desses carbonatos consagrados, existem muitos outros carbonatos no mundo, seja na forma de arrecifes, nas plataformas e nas águas profundas. Entaõ, será que o petróleo está acabando?



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